segunda-feira, 2 de março de 2009
A pobreza esta no coração não nos bens
Somos discípulos de Jesus Cristo, Aquele que viveu a pobreza na sua plenitude (cf. Filipenses 2,6-11). Para seguir ao Mestre, somos chamados à mesma vivência radical de pobreza, um chamado contínuo a todo cristão. Cristo não apenas foi pobre materialmente, pois não apenas se despojou dos bens, mas foi à raiz da pobreza. Embora, fosse Deus, em tudo igual ao Pai, despojou-se de si mesmo ao assumir nossa condição humana e não viveu para si, mas para os desígnios do Pai e para os irmãos.
O Senhor não fazia a vontade d'Ele, mas a do Pai. E foi até às últimas consequências da obediência numa entrega total (cf. Fil. 2). Não nos deu apenas coisas, mas deu a Si mesmo (cf. Mc 14,22-24).
É dessa radicalidade que falo aqui. Porque somos discípulos de Jesus, também somos chamados a essa pobreza. Não nos pertencemos, pois somos d’Aquele que nos chamou. Não vivemos para nós mesmos, mas para Deus e, por consequência disso, para aqueles a quem Ele nos destinou.
A nossa pobreza não é uniforme, ou seja, não significa que todos tenham as mesmas coisas. Eu tenho coisas e dons que você não tem. Da mesma forma, você tem coisas e dons que eu não tenho. Por quê? Deus Pai não nos fez iguais; somos únicos, por isso, não nos trata com “uniformidade”. Ele conhece as nossas necessidades e sabe do que precisamos nos vários passos da missão, de maneira que Ele nos dá o que necessitamos. Nada nos pertence, porque nem nós nos pertencemos. Mas, usamos tudo com gratidão e responsabilidade a serviço daqueles a quem somos enviados. Administramos bem em vista da missão. A essência está no viver a “raiz” da pobreza como o Senhor a viveu: “Eu não me pertenço”, por isso, nada é meu; “eu não vivo para mim mesmo”, por isso, o que tenho está a serviço dos demais.
Vivendo a essência, a pobreza em espírito e em verdade, mesmo na diversidade, somos pobres e solidários. Se não a vivermos assim, mesmo estando na uniformidade, não seremos realmente pobres, pois a pobreza está no coração e não nos bens. É preciso buscar continuamente a vivência radical dessa virtude.
Seu irmão
Monsenhor Jonas Abib
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